Mobilidade Mais Talks | Eficiência no Transporte Público

A segunda sessão do ciclo “Mobilidade Mais Talks”, promovido pela Parques Tejo e pela EuroTransporte, reuniu hoje especialistas para debater a implementação de sistemas de transporte em sítio próprio e o impacto do Bus Rapid Transit (BRT) na mobilidade urbana.

O evento arrancou com a apresentação de João Figueira de Sousa da Figueira de Sousa Transportes e mobilidade, que destacou a importância de garantir infraestruturas dedicadas ao transporte público como o BRT, independentemente do modelo adotado. O essencial, segundo a sua análise, é assegurar que o transporte coletivo tem vias dedicadas e prioridade suficiente para se tornar uma alternativa viável ao automóvel.

Este enquadramento abriu caminho para um painel dinâmico, onde Faustino Gomes, da TML, sublinhou a necessidade de Portugal ultrapassar a fase do planeamento e avançar para a implementação efetiva de soluções. O país debate amplamente as suas necessidades de mobilidade, mas continua a tardar na concretização dos projetos, o que compromete a evolução do setor e a confiança dos cidadãos nas infraestruturas de transporte público.

A preocupação com esta falta de execução foi reforçada por João Marrana, do Metro do Mondego, que apontou o caso da linha de Coimbra. Planeado há mais de três décadas, o projeto continua sem uma implementação total, demonstrando como sucessivos adiamentos geram desconfiança e limitam o impacto positivo que estas infraestruturas poderiam ter na vida das pessoas.

O debate avançou então para a questão do financiamento e da inovação tecnológica, com Nuno Lago de Carvalho, da Caetanobus, a destacar o papel essencial dos veículos elétricos, tanto a baterias como a hidrogénio, na transição para um transporte mais sustentável. No entanto, alertou que o sucesso destas soluções depende da capacidade dos municípios em preparar projetos sólidos, para que possam aproveitar os fundos disponíveis e concretizar as mudanças necessárias.

Na mesma linha, Rui Rei, da Parques Tejo, abordou a necessidade de adaptar as cidades a um modelo de transporte público mais eficiente e competitivo face ao automóvel. O BRT, segundo o responsável, pode desempenhar um papel fundamental neste processo, ao permitir deslocações rápidas e atrativas. Como exemplo, destacou o projeto SATUO, em Oeiras, que prevê um sistema de transporte estruturante com 9 km de extensão, 15 estações e uma capacidade para 30 mil passageiros diários, num modelo inspirado em soluções bem-sucedidas a nível internacional.

O painel encerrou com um consenso claro: Portugal tem as ferramentas, os modelos e o financiamento para melhorar a mobilidade urbana, mas precisa de agir rapidamente na implementação. A prioridade agora não deve ser apenas planear, mas garantir que as soluções saem do papel e transformam a forma como as pessoas se deslocam.

Juntos movemos Oeiras!

18/03/2025

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