Drones e IA na Mobilidade – CeiiA e Tekever no PMS
No passado dia 05 de novembro, realizou-se o warm-up da 8ª edição do Portugal Mobi Summit (PMS), numa manhã em que um dos painéis se dedicou ao tema “Qual o papel dos drones, do voo autónomo e da IA no futuro da mobilidade?”.
Numa conversa moderada por Paulo Tavares, curador das iniciativas PMS, e na qual participaram Ricardo Mendes, CEO da Tekever, empresa líder de mercado na indústria dos drones; e José Rui Felizardo, CEO do CEiiA, referência nacional no desenvolvimento tecnológico, o foco esteve sobre o presente destas tecnologias, e a forma como irão marcar tendências de futuro.
Em tom bem-humorado, a conversa iniciou com uma provocação sobre qual o papel dos drones no transporte de pessoas, em relação ao qual Ricardo Mendes afirmou, liminarmente, que tal levará ainda algum tempo, tanto pela necessidade de desenvolvimento técnico como pela superação das resistências das pessoas.
Não obstante, acrescentou, as tecnologias de voo autónomo já desempenham um papel importante no transporte de informação, com sistemas autónomos “inclusivamente em ambientes onde não existem sensores, onde não existe, por exemplo, a capacidade de ter GPS”, como sucede de momento, com a utilização das mesmas em combate na Ucrânia.
De forma idêntica, José Rui Felizardo frisou que o desenvolvimento de soluções inovadoras deve ser guiado de acordo com a sua utilização concreta, de forma a conseguir uma melhor adaptação, inclusive às infraestruturas físicas. A título de exemplo, referiu uma parceria com o Hospital de São João, no Porto, direcionado para se desenvolver um sistema de drones vocacionado para responder especificamente a situações de emergência médica.
Num plano distinto, ao referirem-se às formas de regulação que se aplicam ao setor, ambos os participantes concordaram que existe um longo caminho a ser trilhado. De acordo com o CEO do CEiiA, “A Europa perde tempo e terreno há 30 anos“, com um excesso de diretrizes e de burocracias que tem prejudicado que as empresas aí sedeadas sejam verdadeiramente competitivas no mercado internacional.
Já Ricardo Mendes, concordando com a visão, deu o exemplo específico da Tekever, que possuindo um polo industrial em Ponte de Sor, e uma zona de testes em terrenos da Marinha em Tróia, se viu constrangida a escolher o País de Gales para criar uma zona de testes especial, superando constrangimentos em termos de infraestrutura e do espaço aéreo.
Na etapa final do debate, Paulo Tavares questionou os membros do painel sobre qual a sua posição a respeito da evolução dos sistemas automóveis de condução autónoma, tendo José Rui Felizardo afirmado que, embora a Inteligência Artificial venha a dar um forte impulso à evolução tecnológica, os principais problemas da condução autónoma não estão associados aos veículos, mas às infraestruturas existentes.
Por sua vez, o CEO da Tekever destacou que esta será uma matéria com fortes evoluções no futuro, acreditando que, em décadas, as soluções de robótica conectada e inteligente terão uma disseminação similar à que hoje tem a rede de Internet. E terminando a sua intervenção, deixou como nota para futuro as palavras do Presidente da Câmara Municipal de Oeiras no painel anterior: “Primeiro sensibiliza-se, e depois legisla-se.”
Juntos movemos Oeiras!
13/11/2024