
Conferência de Imobiliário Logístico
O Templo da Poesia, em Oeiras, acolheu hoje a Conferência de Imobiliário Logístico, reunindo especialistas, decisores políticos e representantes do setor para discutir os principais desafios e oportunidades que o mercado de imobiliário logístico oferece em Portugal.
A abertura do evento foi marcada pelas palavras de Afonso Almeida, presidente da APLOG, que destacou a relevância crescente da logística na economia nacional. Sublinhou também o papel da sua organização, sem fins lucrativos, na dinamização do setor, que enfrenta desafios como a escassez de terrenos e questões de licenciamento, mas que também beneficia de oportunidades consideráveis, impulsionadas pelo e-commerce e pela descentralização de serviços.
O presidente da Parques Tejo, Rui Rei, juntou-se então à sessão de abertura e deu as boas-vindas a Oeiras, destacando o papel estratégico do concelho, que se afirma como a segunda maior economia do país. Essa posição é resultado de investimentos passados e de projetos estruturantes em andamento, como o SATUO e o LIOS, nos quais a Parques Tejo desempenha um papel central. Estes projetos têm reforçado a atratividade da região de Oeiras para a instalação de empresas e pessoas, assim impulsionando o desenvolvimento económico de toda a área.
Durante o evento, vários painéis abordaram temas como o impacto do e-commerce e da descentralização dos serviços através do nearshore, que têm aumentado a procura por espaços de imobiliário logístico. Os especialistas presentes também alertaram para os desafios estruturais em Portugal, como a falta de terrenos disponíveis para este fim, a morosidade dos processos de licenciamento e as deficiências nas infraestruturas existentes.
A mobilidade de mercadorias também foi um ponto em destaque nesta conferência, estando a importância de boas conexões viárias e ferroviárias na ordem do dia. A criação de parques logísticos industriais só será eficaz se a integração for adequada às redes de transporte, facilitando uma distribuição eficiente.
O evento foi encerrado pelo vereador da Câmara Municipal de Oeiras, Armando Soares, que lançou um olhar para o futuro, enfatizando a necessidade de um planeamento estratégico robusto e sustentável para o desenvolvimento de Portugal. Referiu ainda o exemplo de Oeiras, que, nos anos oitenta, era um local pobre, marcado por barracas, mas que, através de um pensamento estratégico e de longo prazo, conseguiu captar investimentos estruturantes, tornando-se o porto de abrigo para 30% das empresas tecnológicas em Portugal.
Lamentou, no entanto, que Oeiras não seja o reflexo do país, uma vez que este ainda se encontra atrasado e necessita de uma mudança de mentalidade. Neste sentido, deixou um apelo final:
“Não desistam das vossas áreas e de inovar.”
Juntos movemos Oeiras!
26/02/2025