
Mobilidade digital em Oeiras destacada no Seminário Mobilidade Mais
O administrador da Parques Tejo, Nuno Patrão, foi um dos oradores em destaque no painel “Energia, Dados e Sustentabilidade Digital na Mobilidade” do seminário Mobilidade Mais – Cibersegurança, Ciber-Resiliência e Sustentabilidade nos Transportes, onde apresentou a profunda transformação digital que está a moldar a mobilidade no concelho de Oeiras – dos pagamentos nos parquímetros à gestão de dísticos de estacionamento, fiscalização digital, gestão energética e uso estratégico de dados.
Pagamentos digitais já representam 70% das operações em Oeiras
Nuno Patrão revelou que a digitalização dos pagamentos de estacionamento em Oeiras é hoje uma realidade consolidada: 70% das operações nos 365 parquímetros do concelho já são digitais (Via Verde, EasyPark e MB Way/cartão através da Oeiras Move).
A evolução tem sido rápida. Desde o lançamento da app Oeiras Move em 2022, a introdução de aplicações de pagamento como a Via Verde e a Easy Park em 2023, à integração da TelPark em novembro de 2025, o ecossistema tornou-se mais abrangente, estável e interoperável.
A aplicação municipal, que integra estacionamento e mobilidade suave, conta agora com 45 mil utilizadores.
Campanhas digitais oferecem impacto ambiental e poupança real
Segundo Nuno Patrão, a digitalização tem permitido criar campanhas mais eficientes e dirigidas, como a iniciativa “120 minutos gratuitos”, lançada em novembro de 2024, que já entregou 7,8 milhões de minutos de estacionamento grátis, o equivalente a mais de 23 mil dias, e representou uma poupança acumulada de 133 mil euros para os residentes, tudo monitorizado via app.
Além disso, a introdução do pagamento exclusivamente digital no Parque de Estacionamento do Centro Cívico reforça o objetivo de eliminar gradualmente a dependência de moedas e de tickets físicos.
Digitalização dos dísticos simplifica a vida dos munícipes
O administrador destacou ainda o avanço na área dos dísticos de estacionamento. Desde 2023, todo o processo — pedidos, renovações e carregamentos — está disponível no site e na app, permitindo um procedimento totalmente digital com upload de documentos.
Até setembro de 2025, já existiam 20.745 utilizadores de dísticos, com 2.345 novos emitidos só este ano, dos quais 35% tinham sido emitidos na sequência de processos inteiramente digitais.
Segundo Nuno Patrão, a opção por manter temporariamente um dístico físico é apenas “uma questão de conforto”, dado que a matrícula dos veículos com dístico basta para garantir estacionamento gratuito nas Zonas Reguladas.
Dados como motor de sustentabilidade
Um dos pontos centrais da intervenção de Nuno Patrão foi o papel dos dados na mobilidade sustentável.
Aplicações como Oeiras Move, Via Verde Estacionar ou EasyPark produzem dados em tempo real, permitindo verificar pagamentos à distância (facilitando a fiscalização), monitorizar padrões de ocupação, ajustar políticas de mobilidade e otimizar fluxos de tráfego e rotas de estacionamento.
O administrador destacou ainda o potencial de integração futura entre dados de estacionamento, trânsito, pluviosidade e sensores municipais para criar modelos preditivos para a gestão inteligente do território.
Energia e sustentabilidade: parques mais eficientes e frota elétrica
Nuno Patrão sublinhou que a digitalização caminha lado a lado com a sustentabilidade energética. A Parques Tejo já instalou carregamento elétrico em vários parques de estacionamento cobertos (Navegantes, Centro Cívico de Carnaxide, Parque dos Poetas), ao mesmo tempo que implementou sistemas de microgeração de energia para luminárias e parquímetros e tem uma frota em transição energética, com 70% dos veículos elétricos.
Para o futuro, a empresa tem planos de densificar os pontos de carregamento, em articulação com parceiros externos.
Desafios e tendências: interoperabilidade, energia e dados
No painel, Patrão reforçou que os maiores desafios são técnicos (integração de sistemas), regulatórios (proteção de dados e interoperabilidade) e financeiros (infraestruturas digitais e energia).
O administrador alinhou a visão da Parques Tejo com tendências europeias de sustentabilidade, referindo a importância de práticas de eficiência energética, monitorização de consumos e integração com modelos de energia renovável — temas também destacados noutras intervenções do setor.

O painel moderado por Bruno Castro contou ainda com intervenções de Simão Antão, COO da PRIO, que destacou a necessidade de um ecossistema colaborativo entre operadores de energia, mobilidade e reguladores para acelerar a infraestrutura de carregamento elétrico; Faustino Gomes, presidente da TML, que sublinhou o papel central do transporte público na mobilidade sustentável e apresentou os avanços na bilhética digital e na integração intermodal; Pedro Faustino, Managing Director da Axians Portugal, que demonstrou como a tecnologia e a análise de dados podem impulsionar soluções de mobilidade mais eficientes e ambientalmente responsáveis; e Nuno Lima da Luz, advogado sénior da Cuatrecasas, que evidenciou o papel da regulação inteligente e das tecnologias Web3 e blockchain no futuro das cidades digitais e na construção de infraestruturas urbanas mais seguras e interoperáveis.
Juntos Movemos Oeiras!
03/12/2025
