Transporte público de passageiros no II Fórum Mobilidade & Transportes
As políticas de transporte público de passageiros foram um dos principais temas debatidos no II Fórum Mobilidade & Transportes, organizado pela Parques Tejo em colaboração com as revistas Eurotransporte e eMobilidade+, nos dias 25 e 26 de junho.
Esta discussão central às políticas públicas de mobilidade marcou a abertura do Fórum, com um painel que abordou a “Sustentabilidade nos novos Contratos de Serviço Público de Transporte de Passageiros”, em que Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, mencionou ser urgente aprender as lições da primeira geração de contratos, originada pelas alterações legislativas de 2015.
Para o keynote speaker, a 1ª geração de contratos caracterizou-se por exigências desproporcionadas, sobretudo no contexto pós-covid, ao mesmo tempo que não se acautelou o equilíbrio entre receitas próprias e transferências públicas, lesando os operadores. Na perspetiva da ANTROP, a sustentabilidade dos contratos implica não só fomentar investimentos, por exemplo, na transição energética das frotas, mas também garantir a adequação financeira e operacional às obrigações que são estabelecidas.
A discussão do tema prosseguiu numa mesa redonda moderada por Nuno Soares Ribeiro, partner na VTM Consultores, e na qual participaram Ricardo Barros (CIM Alentejo Central), Nuno Martinho (CIM Viseu Dão-Lafões) e Paulo Jorge Simões (CIM Oeste), tendo estes apresentado as diferentes estratégias e modelos contratuais adotados pelas suas Comunidades Intermunicipais à luz das novas competências na área dos transportes públicos rodoviários que assumiram a partir de 2015, bem como os desafios que deverão ser colmatados com a 2ª geração de contratos de serviço público.
A prioridade de diminuir a preponderância do automóvel particular nas deslocações diárias marcou também a apresentação “Os desafios da mudança de passar do coração da cidade para o Taguspark”, no qual António Martins, responsável de RH do Novo Banco, e Fátima Santos, Head of Business and Performance na TIS, apresentaram o modo como foi desenhado e implementado um plano de mobilidade empresarial destinado a fomentar a transição modal dos colaboradores do Novo Banco aquando da mudança da sede desta instituição para o concelho de Oeiras, num processo acompanhado pela Parques Tejo, em articulação com a TML/Carris Metropolitana.
Os investimentos no transporte público como forma de potenciar a transformação da mobilidade urbana foram também abordados no último painel do primeiro dia do Fórum, o qual se focou especificamente nos Corredores BRT enquanto revolução da mobilidade urbana sustentável.
O debate iniciou-se com uma apresentação do Prof. João Figueira de Sousa, enquanto keynote speaker e moderador do debate, o qual apresentou os principais tópicos do conceito de transporte público em sítio próprio, e mais particularmente dos sistemas BRT (Bus Rapid Transit); fazendo também uma comparação entre as cidades europeias e norte-americanas ao nível da implementação deste modo de transporte, incluindo dos projetos atualmente em curso em Portugal.
Já na discussão que se seguiu, a Vereadora Joana Baptista, titular dos pelouros da Mobilidade e Transportes da CM Oeiras, apresentou as ambições que Oeiras possui neste domínio há já várias décadas, de que o SATUO, entre Paço de Arcos e o concelho de Sintra, é um exemplo paradigmático, mas que também se refletem noutros projetos, como o imperativo de criar um corredor BRT na A5; ou a concretização do LIOS, entre as localidades na margem direita do Jamor e a cidade de Lisboa.
Essa vontade foi acompanhada pelos demais participantes no painel, com Nuno Piteira Lopes, Vice-Presidente da CM Cascais, a afirmar que a reformulação da A5, incluindo a criação de um canal dedicado para transporte público, é essencial para promover uma efetiva transição modal da maioria da população cascalense; enquanto que Pedro Dinis, Diretor Municipal de Mobilidade da CM Lisboa, destacou que projetos como o LIOS ou a extensão do Elétrico 15E são essenciais para melhorar a ligação entre a capital e o concelho de Oeiras, beneficiando de sinergias mútuas.
Juntos movemos Oeiras!
04/07/2024