Parques Tejo promove conferência Smart Mobility

A mobilidade urbana, entre os desafios do presente e as soluções para o futuro, esteve no centro do debate da conferência Smart Mobility Oeiras, realizada no passado dia 23 de abril, no Auditório Ruy de Carvalho, em Carnaxide. Organizado pela empresa municipal Parques Tejo, em parceria com o jornal ECO, o evento reuniu autarcas, membros do Governo, especialistas e representantes do setor empresarial para discutir estratégias inteligentes e sustentáveis para os crescentes desafios da mobilidade metropolitana.

A sessão de abertura da conferência contou com a presença do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que defendeu uma visão de continuidade para os grandes investimentos em mobilidade, independentemente da cor política. Sobre o papel dos municípios, foi taxativo ao defender: “O princípio da subsidiariedade aos municípios que fazem melhor do que o próprio Estado.” O governante garantiu ainda o apoio do Governo à reativação do SATUO, à criação da Linha Violeta e à nova ligação ao Aeroporto Luís de Camões.

Num evento marcado pelo protagonismo incontornável de Isaltino Morais e Carlos Carreiras, presidentes das Câmaras Municipais de Oeiras e Cascais, ficou claro o alinhamento entre os dois municípios em torno de reivindicações comuns e projetos estruturantes: a intervenção urgente na A5, a criação de um corredor BRT (Bus Rapid Transit) e a reativação do SATUO.

Sobre a necessidade de intervenção na A5, Isaltino Morais apontou a ausência de uma visão estratégica e de planificação a médio e longo prazo, exemplificando com uma reivindicação antiga do município:
“Há mais de 25 anos que reivindicamos uma saída direta para Oeiras. Há uma saída para o nó do TAGUSPARK, para norte, mas porque razão não nos deixam fazer uma saída para sul? Nós até assumimos que investíamos 20 milhões de euros para fazer a obra, mas nem assim… Cada um puxa para o seu lado. E nada é planeado nem é decidido”, criticou, dirigindo-se à concessionária Brisa.

Sobre o SATUO, o autarca de Oeiras recordou que o traçado nunca foi concluído e o sistema “só foi desativado porque deu prejuízo durante três anos” precisamente no período da Troika, quando as empresas públicas que davam prejuízo eram encerradas. Hoje, o projeto é amplamente reconhecido, sendo considerado “prioritário e essencial para a mobilidade em torno de Lisboa”. Isaltino foi claro quanto ao futuro: “Já temos tudo mais que estudado e em andamento, mas o próximo governo (…) vai ter de assumir aquilo que está acordado.

Carlos Carreiras também não poupou críticas à inação em torno da A5: “Cascais e Oeiras estão alinhados numa estratégia comum, que é a solução BRT na A5, mas não se consegue concretizar.” Lembrou que a via rápida “há décadas mantém as mesmas características, apesar do crescimento da população e do tráfego automóvel”, dizendo que está na altura de o governo passar à ação: “Já houve muita conversa. Está na hora de passar à ação.” Sublinhou ainda que a construção da linha BRTiria resolver o problema da coesão do território e os congestionamentos na A5”.

A conferência abordou também temas como a integração dos modos suaves de transporte, o papel da tecnologia na mobilidade urbana, e a necessidade de reforçar a cooperação entre municípios, empresas e cidadãos, promovendo territórios mais acessíveis, inclusivos e sustentáveis.

Para a Parques Tejo esta conferência foi a afirmação de uma visão partilhada, e de uma exigência coletiva para mudar o paradigma da mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa.

A encerrar, o Presidente da Parques Tejo, Rui Rei, sublinhou o compromisso da empresa municipal com a promoção de soluções inovadoras, centradas nas pessoas e no futuro das cidades.

Juntos movemos Oeiras!

24/04/2025

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