Portugal Mobi Summit 2025 Rui Rei

Estratégia “Cardinal” em debate no Portugal Mobi Summit 2025

Nos dias 22 e 23 de outubro decorre a 7ª edição do Portugal Mobi Summit (PMS 2025), o maior evento nacional dedicado à reflexão sobre políticas de mobilidade sustentável, de que a Parques Tejo e o Município de Oeiras são co-organizadores e sponsors oficiais.

Ao longo dos trabalhos, um dos destaques a manhã de dia 22 foi para uma mesa redonda que sob o mote Tecendo o futuro da mobilidade na zona ocidental da AML”, colocou em destaque os projetos do SATUO, BRT na A5 e LIOS, naquela que é a estratégia “Cardinal”, que traduz a visão de Oeiras para os transportes coletivos em sítio próprio.

Ariadne Curitiba BRT

Antecedendo o debate, o palco do PMS 2025 contou com um keynote de Ariadne dos Santos Daher, arquiteta urbanista que apresentou o sistema BRT de Curitiba, o qual foi pioneiro em termos internacionais, e que assenta no pressuposto de que, com um canal dedicado, hierarquização da rede viária, e melhorias na entrada e saída de passageiros, o transporte coletivo rodoviário pode ter uma eficiência similar à ferrovia ligeira.

Esses aspetos foram debatidos num painel moderado por Paulo Tavares, curador do PMS; e no qual participaram Rui Rei, em representação da Parques Tejo; Nuno Piteira Lopes, Vice-Presidente da CM Cascais, e Presidente eleito da mesma; Manuel Melo Ramos, Administrador executivo no grupo BRISA; e Rui Lopo, Vogal da Administração da TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa.

Numa nota inicial, Rui Rei elogiou a apresentação precedente, afirmando que a mesma desmistificava os purismos “dos que dizem que os únicos transportes eficientes são os que circulam em carris de ferro”, como dito em alguns debates das eleições autárquicas.

 

Na visão do responsável da empresa municipal de mobilidade de Oeiras, a realidade é que “cada tipologia de transporte se adequa à sua função e ao contexto onde se insere”, o que justifica a escolha da solução técnica de BRT para operacionalização dos mesmos, sobretudo o SATUO, essencial na ligação entre Paço de Arcos e Massamá/Barcarena, servindo todo o ecossistema dos parques empresariais de Oeiras; ou o LIOS – Transporte Rápido Lisboa/Oeiras, no qual Rui Rei prezou as alterações efetuadas no mesmo, que permitiram que este passasse a servir uma ligação direta à interface do Colégio Militar, respondendo de forma mais efetiva aos padrões de mobilidade da população.

Também Rui Lopo elogiou os projetos desenvolvidos por Oeiras, mas salientou que “desatar os nós” que existem na mobilidade metropolitana exige uma visão de conjunto da forma como as pessoas se deslocam e da rede que já existe, dando destaque ao crescimento sucessivo de utilizadores dos serviços da Carris Metropolitana.

Nuno Piteira Lopes alinhou com o argumento defendido de que o ecossistema de mobilidade deve ser concebido a pensar nas pessoas, exemplificando com a experiência de gratuitidade dos autocarros municipais e da procura que esta política estimulara.

E retomando um dos debates da campanha autárquica, foi perentório em afirmar que “agora que a requalificação da Linha da CP de Cascais está quase concluída, os Presidentes de Câmara de Cascais, de Lisboa e de Oeiras já solicitaram reunião com o Ministro das Infraestruturas para, seguindo a intenção do Governo, se avançar com uma transferência da gestão desta linha, num modelo intermunicipal a definir no concreto”.

Houve ainda tempo para discutir a implementação de um corredor BRT na A5, tendo Manuel Melo Ramos afirmado que, para a concessionária da via, essa questão não se encontra afastada, dependendo antes de uma renegociação contratual com o Estado.

Novamente, Rui Rei apresentou a sua visão, defendendo que, independentemente das negociações que sejam realizadas, é importante ter em conta que “a A5 está inserida num espaço urbano contínuo, e tem de ser vista como tal, com mais nós de entrada e saída, desde logo o Nó de Oeiras, que o Presidente Isaltino Morais tem defendido”.

E do mesmo modo, Rui Rei defendeu que “é indispensável criar um corredor dedicado exclusivamente a transportes públicos, que sirva a população que vive a norte da autoestrada, a quem o comboio não responde, e que tenha pontos de ligação com os restantes projetos de transporte em sítio próprio”, numa responsabilidade que considerou como partilhada por todos os decisores políticos e stakeholders envolvidos na gestão da mobilidade metropolitana.

Juntos movemos Oeiras!

22/10/2025

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