Cidades e Logística | Rumo a uma Logística Metropolitana

O auditório do Templo da Poesia, em Oeiras, acolheu na semana passada o evento “Cidades e Logística”, uma iniciativa promovida pela Parques Tejo em parceria com a APLOG – Associação Portuguesa de Logística. Numa altura em que as cidades enfrentam desafios cada vez mais complexos, da mobilidade à organização do espaço público, passando pela sustentabilidade, o encontro reuniu autarcas, técnicos, especialistas e operadores logísticos num ambiente de partilha e construção conjunta de soluções.

O painel da manhã arrancou com os decisores políticos a debater o papel da política na definição do futuro da logística urbana. A moderação esteve a cargo de José Limão, consultor na área da mobilidade urbana, que lançou o debate com uma pergunta pertinente: “Que avaliação fazem os autarcas das políticas nacionais de logística urbana?” As respostas não se fizeram esperar, evidenciando uma ambição clara por uma abordagem metropolitana e integrada.

Nuno Piteira Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, destacou a importância da coragem política para tomar decisões estruturantes. Defendeu que, embora cada município tenha as suas próprias políticas e prioridades, é fundamental construir uma estratégia comum para a Área Metropolitana de Lisboa. Sublinhou ainda que a logística deve fazer parte dessa visão integrada e metropolitana.

Joana Batista, vereadora da Câmara Municipal de Oeiras, reforçou a urgência de uma maior articulação entre municípios, alertando para os riscos de depender exclusivamente de boas relações institucionais. Recordou que vários projetos, como o SATUO ou os LIOS, só avançaram graças a parcerias sólidas e bem alinhadas entre autarquias. Como afirmou, “isto só é possível com parcerias estratégicas e as pessoas querem ver as ideias passarem à ação.”

Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, destacou o papel central das cidades no século XXI. Para o autarca, “as cidades são locais onde se vivem os grandes desafios”, sublinhando que “hoje é o tempo das cidades” e que “a logística tem de ser vista como um parceiro das cidades“. Nesse sentido, defendeu a necessidade de repensar os modelos de abastecimento urbano, apostando em soluções mais sustentáveis e ajustadas ao quotidiano urbano, como micro hubs logísticos e horários de operação mais flexíveis.

Durante o painel, foi ainda referido o exemplo do projeto BRT na A5, cuja evolução demonstra como a cooperação entre municípios, neste caso Cascais, Oeiras e Lisboa, pode ser decisiva para desbloquear entendimentos com entidades privadas e concretizar soluções que, durante muito tempo, pareceram inatingíveis.

Ao longo do debate, ficou clara a convergência crescente entre os municípios da Área Metropolitana de Lisboa quanto à necessidade de políticas logísticas metropolitanas, coerentes e sustentáveis. A vontade de cooperar está presente, mas para que se transforme em ação concreta será essencial garantir visão, planeamento e coragem política.

A Parques Tejo e a APLOG, enquanto promotoras deste evento, são igualmente responsáveis por colocar os temas da mobilidade e da logística urbana no centro do debate público.

Juntos movemos Oeiras!

07/04/2025

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