Joana Baptista defende visão de futuro das Cidades & Logística

No passado dia 09 de julho, o Auditório Municipal Ruy de Carvalho acolheu a 5ª Conferência Cidades & Logística, promovida pela APLOG – Associação Portuguesa de Logística, com apoio institucional da Câmara Municipal de Oeiras e da Parques Tejo.

Na abertura do painel Cidades & Logística, o keynote speaker Miguel Gaspar, responsável de Business Development & Innovation na SIBS, sublinhou a necessidade de as cidades serem agentes ativos na prossecução de objetivos globais, destacando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados na Agenda 2030 das Nações Unidas e as metas climáticas do Acordo de Paris.

Para o orador, também ex-Vereador da CM Lisboa, sendo o transporte de mercadorias  responsável por perto de 30% das emissões de CO2 associadas ao sistema de transportes, é urgente implementar soluções que promovam a sua descarbonização, bem como uma maior racionalidade no abastecimento das cidades. Nesse contexto, destacou a crescente importância do segmento e-commerce.

Já no painel que se seguiu, o moderador, José Monteiro Limão, introduziu o tema sublinhando que o consumidor atual exige maior rapidez e qualidade na entrega das suas encomendas particulares, sendo necessário que os vários atores públicos e privados discutam em conjunto de que forma adaptar as infraestruturas, os serviços e as práticas regulatórias a esse objetivo.

A Vereadora Joana Baptista, concordando com as premissas de base, afirmou que não é possível ignorar as lacunas estruturais de planeamento das infraestruturas da AML. A título de exemplo, referiu que apenas agora se encontra a ser elaborado o Plano de Mobilidade Metropolitana, quando vários municípios, entre eles Oeiras, já iniciaram ou apresentaram esses instrumentos de planeamento, numa descoordenação que prejudica a coesão do território e a sua competitividade económica.

Passando a uma visão do norte do país, João Gonçalves mencionou o facto de o Município do Porto já ter em vigor um Plano de Logística Urbana, destinado a regular essas práticas no interior da cidade. Partilhando essa experiência, o Gestor de Contratos e Infraestruturas na STCP relatou que o processo de elaboração desse documento estruturante passara tanto por uma transposição das orientações europeias sobre a matéria como de um extenso processo de auscultação dos operadores logísticos e do comércio local.

Na sua perspetiva, regular esta atividade implica um acompanhamento constante, reunindo com os diversos stakeholders; ao mesmo tempo que se discutem outras propostas com a Administração Central, tais como a possibilidade de os veículos logísticos poderem circular em corredores BUS, ou da necessidade de reestruturação da VCI, em articulação com o desagravamento dos custos das vias alternativas.

Ricardo Vilares, CEO da Mygon, apresentou as soluções inovadoras desta empresa tecnológica tanto ao nível da articulação entre agentes comerciais e os seus consumidores, como das soluções de apoio à logística a gestão do espaço público; numa intervenção que destacou o papel das soluções de analytics aplicadas à gestão dos fluxos de mobilidade e logística das áreas urbanas.

Esta foi uma questão que pautou as intervenções seguintes. No plano dos gestores das áreas urbanas, Joana Baptista afirmou quem muito embora as autarquias tenham, por vezes, lacunas ao nível da recolha de dados, qualquer autarca consegue recolher importantes informações de acordo com a sua convivência e perceção do território; enquanto João Gonçalves destacou que, por essa mesma lacuna, a STCP tivera de proceder a contagens que lhes permitissem recolher elementos para análise.

Miguel Gaspar destacou que, pela sua relevância no setor bancário, a SIBS tinha a possibilidade de recolher indicadores da transação de bens de consumo; referindo ainda que os próprios atores públicos têm de se consciencializar da escala do problema. A título de exemplo, referiu que a Câmara de Lisboa é o maior operador logístico da cidade, considerando os veículos de recolha de resíduos, as viaturas de manutenção da rede Gira, ou as equipas de manutenção de áreas verdes.

No final do debate, os participantes concordaram que é necessária uma maior conversão de dados recolhidos no desenho das opções estratégicas seguidas ao nível da regulação logística, circuitos de distribuição e ordenamento do espaço público. E como foi dito por José Monteiro Limão ao encerrar o debate, não podemos pensar o futuro da logística e das cidades sem a participação de todos os envolvidos.

 

Juntos movemos Oeiras!

11/07/2024

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